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Interação que visa conforto, ergonomia e, de quebra, segurança. "Tira-se muito menos a atenção do motorista, que tira menos a mão do volante", ressalta Harley Bueno, diretor de segurança veicular da AEA.
Um bom exemplo é o volante da linha C4, da Citroën, que usa um singular cubo fixo da direção -- só o aro se move, enquanto a parte central permanece estática e abriga diversos comandos. Mas, com a crescente necessidade de incorporar novos dispositivos, foi preciso adotar materiais mais nobres no volante para compensar o peso. Só o airbag soma ao conjunto de 900 g a 1 kg. Com isso, estruturas de aço dão lugar ao magnésio e ao alumínio para compensarem a massa adicional. Espumas de baixa densidade também passaram a fazer parte da estrutura interna. "O magnésio, por ser injetado, permite que se fixe na estrutura do volante uma série de componentes que facilitam a colocação desses novos dispositivos", explica Tiago Santos, gerente de engenharia de volantes e airbags da General Motors.
De quebra, a adoção destes materiais pode reduzir o peso do volante em até 25% na comparação com um volante normal em aço sem airbag. Uma direção pesada fica mais vulnerável ao estado precário de ruas e estradas brasileiras. Em outras palavras, passa a vibrar mais com os buracos. E cada componente a mais que se agrega ao conjunto adiciona peso ao volante. "Quanto mais pesado, maior a frequência do conjunto de direção e maior a tendência para oscilação em piso irregular", informa Alexandre Almeida, gerente de engenharia de chassis da Volkswagen.
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Se por dentro agora trazem muitas novas tecnologias, os volantes também mudaram por fora. Poliuretano e espumas sintéticas assumiram o lugar do acrílico, madeira ou plásticos rígidos. Até por uma questão de segurança, já que o volante por si só tem de absorver energia em caso de colisões. Mas a parte da ergonomia e do manuseio também são observados na hora de revestir o volante. Ganham a preferência as texturas agradáveis aos olhos e ao tato, que facilitem a pegada e não sejam escorregadias nem irritem ou esquentem demais as mãos do motorista. "O volante tem de transmitir sensação de rigidez ao toque e ao mesmo tempo ter um efeito de espuma, de mola", diz Klaus, da Ford. "A concepção de um volante é discutida com o design, para ter uma pega que transmita segurança e que seja ergonômica", reforça Tiago Santos, da GM.
ALÉM DO ESTILO
Apesar de todos os critérios de segurança, ergonomia e de absorção de energia que os volantes têm de obedecer, os volantes têm de seguir normas previstas na resolução 463 do Contran, que data de 1973. Entre as especificações, é proibido o uso de materiais reflexivos no revestimento externo das direções.
Os projetistas das montadoras também não deixariam a oportunidade de colocar em prática suas ideias nesse quesito importante do carro. Com isso, o desenho precisa estar harmonioso com a logomarca ao centro do volante. E até os raios no volante servem como diferenciais para situar o carro. "Os raios seguem o design e o posicionamento do veículo. Na GM, as picapes costumam ter quatro raios. Depende do conceito que se busca para o veículo", afirma Tiago Santos, gerente de engenharia da marca.
Além disso, busca-se dar ao volante valores não só de tecnologia, com os comandos embutidos no volante, como também de requinte, através de padronagens diferentes. É onde entram os revestimentos em couro, com costuras aparentes, encontrados com mais facilidade nos segmentos de médios para cima. O couro geralmente tem tratamento diferenciado para serem mais resistentes ao ácido úrico expelido pelo suor das mãos do condutor (em muitos casos, o material é proveniente do dorso do boi). E há ainda apliques de madeira, alumínio ou aço escovado, só usados mesmo em modelos de luxo. "O volante é o componente do carro mais à vista do motorista. Ele traz o símbolo da marca e precisa transmitir valor para o cliente", argumenta Alexandre Almeida, da Volkswagen.